Justiça aceita denúncia contra tenente-coronel do Corpo de Bombeiros por assediar bombeira de Maringá


 O tenente-coronel Sandro Rodrigues Geraldo se tornou réu em uma ação de assédio sexual movida por uma oficial que era subordinada ao tenente-coronel no 5º Grupamento do Corpo de Bombeiros em Maringá. A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público Militar.


Segundo o advogado da oficial, Luciano Mazetto, há provas materiais do assédio, como mensagens por aplicativos de texto, registradas em cartório. A primeira denúncia teria sido feita ao Comando do Corpo de Bombeiros, mas a solução proposta teria sido a transferência da oficial, que não aceitou.


Mais tarde a oficial procurou o Ministério Público Estadual. Leia abaixo na íntegra o que diz o advogado da oficial:


“Desde o ano de 2022 iniciaram-se as investidas do oficial em relação a tenente. Ela por um tempo acabou passando por cima sem tomar nenhuma providência imediata, só que os casos foram se acumulando, foram se empilhando os casos em que ele investia contra ela, até chegar a um ponto em que ela levou ao conhecimento do comando do Corpo de Bombeiros.


 Mas infelizmente não foi adotado nenhuma medida efetiva. A única proposta do comando do corpo de bombeiros, a época, no final do ano de 2022, começo de 2023, foi a transferência da tenente para outra unidade. O que ela não aceitou, tendo em vista que ela estava em vias de se casar na cidade de Maringá e o marido dela reside na cidade, tem escritório na cidade também. Então isso causaria um grande transtorno a ela ser transferida naquele momento. 


Além de tudo, ela não aceitou porque ela era uma vítima desse crime de assédio e não achou que seria devido ela, como vítima, ser transferida e o assediador permanecer na função que ele ocupava. Tendo em vista então que o comando do Corpo de Valbeiros não adotou nenhuma medida efetiva, ela foi orientada pela nossa banca de advocacia a procurar o Ministério Público, a procurar diretamente o GAECO, onde ela foi ouvida por uma promotora de justiça e tendo em vista a gravidade daquilo que ela narrou, que se combina com elementos de convicção que ela já possuía, ou seja, as mensagens que ela já possuía no seu celular, ela realizou ata notarial dessas mensagens e encaminhou ao processo, então não há nada afraudado, não há nada montado. 


O que houve? Ela encaminhou seu aparelho celular pessoal para um cartório e o cartório gravou as mensagens que ela listava. Então o que houve? Elaborada essa ata notarial foi encaminhado também ao Ministério Público. Ante a gravidade dos fatos foram encaminhados essas denúncias ao Ministério Público atuante na vara da Justiça Militar do Estado e lá foi determinado, então veja bem, foi determinado ao comando do Corpo de Bombeiros que instaurasse o competente inquérito policial militar. para apurar os fatos.


 Essa apuração terminou no final do ano passado, foi encaminhada para a justiça militar e lá a Promotoria de Justiça entendeu que há indícios de autoria e materialidade dos delitos e então o tenente coronel foi denunciado por seis vezes no crime de assédio sexual previsto no Código Penal Comum e também um crime de prevaricação previsto no Código Penal Militar.”


O que diz a defesa

A defesa do tenente-coronel nega as acusações. Segundo o advogado Jeffrey Chiquini, trata-se de uma falsa denúncia, como represália. A oficial teria sido insubordinada e o tenente-coronel comunicou a corregedoria. Leia abaixo na íntegra o depoimento do advogado do tenente-coronel:


“Essa falsa denúncia contra o tenente coronel se deu exclusivamente pelo fato da oficial ter sido insubordinada, ter xingado o coronel. E isso foi presenciado por testemunhas oculares. E o coronel, em razão desse crime militar praticado pela oficial, encaminhou o fato à corregedoria, que instaurou o inquérito policial contra a tenente. 


Em razão disso, como represália, é que a tenente cria essa falsa denúncia e, pior, frauda provas. Ela frauda documentos, ela omite informações e cria essa falsa acusação. Essa acusação é fraudulenta, é mentirosa e é criminosa. 


A tenente, que está sendo também processada criminalmente já pelos crimes militares que praticou contra o tenente coronel, seu superior hierárquico, há gravações dela xingando com palavras de baixo calão o oficial superior, e ele, obviamente, foi obrigado a comunicar a corregedoria e ela por sua vez cria como forma de defesa, como forma de prejudicar essa falsa acusação. Mas tudo será esclarecido.


 O processo está iniciando. Tenho vasta prova de que ela está mentindo, tenho provas inclusive que ela fraudou documentos e tudo será esclarecido e ela certamente será responsabilizada, cívil e criminamente, por esse crime que ela praticou contra um superior hierárquico, um coronel, com uma carreira ilibada.” GMConline

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