Secretário de Maringá, alvo da PF, apresenta documentos para ‘provar inocência’


 Em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira, 24, o secretário da Fazenda licenciado de Maringá, Carlos Augusto Ferreira, apresentou uma série de documentos que, segundo ele, provam que o telefone grampeado pela Polícia Federal pertence a Carlos de La Cruz Hyppolito, sócio da instituição de pagamento Pinbank Brasil.


No dia 16 deste mês Ferreira foi alvo da PF na Segunda Fase da Operação Mafiusi, que investiga a lavagem de dinheiro do narcotráfico internacional por meio de fintech. Na operação, a PF apreendeu três carros de luxo na casa dele, em Maringá, e um outro veículo em São Paulo, que era usado por uma de suas filhas.


“Preciso mandar 40 mil”

Um dos documentos exposto por Ferreira mostra que o número do celular usado em troca de mensagens suspeitas tem como endereço fixo a mansão de Hyppolito, em Miami, “onde ele mora desde julho de 2008”. “O verdadeiro Carlão, citado na mensagem é o La Cruz Hyppolito, que vive se escondendo. E eu estou aqui, pois não tenho porque me esconder”, disse.


Na mensagem de voz suspeita interceptada pela PF uma pessoa diz que “preciso mandar 40 mil para duas contas, mas não gostaria que saísse da minha”. Ferreira disse que contratou “uma perita renomada” para provar que a voz não é a sua. A perícia ainda não foi iniciada, pois a PF não liberou os áudios, e sim as transcrições.


Outro documento apresentado à imprensa foi uma nota oficial do Pinbank na qual a instituição financeira afirma que Carlos Augusto Ferreira nunca foi funcionário da fintech, como afirma a PF. Ele contou que em 2024 prestou uma consultoria para intermediar uma negociação de compra e venda entre dois sócios do Pinbank e que chegou a ser indicado para assumir a presidência da instituição, “o que não se concretizou”.


Ferreira, por ser investigado, disse que teve acesso ao inquérito da PF, que corre em segredo de Justiça. Afirmou que “com a ajuda da Inteligência Artificial foi feita uma busca nas 8,9 mil páginas e meu nome não apareceu nenhuma vez”. No entanto a reportagem apurou que seu nome é citado pelo menos duas vezes, mesmo porque se lá não estivesse não seria possível emitir mandados de busca e apreensão em seu desfavor.


Questionado sobre suas atividades profissionais antes de ser nomeado Secretário Municipal, Ferreira disse que seu negócio “é prestar assessoria econômica, intermediar compra e venda de grandes empresas”.


Carros de luxo do Secretário da Fazenda de Maringá

Também foi questionado sobre seus três carros de luxo – Porsche, Ferrari e Mercedes Benz. Ele explicou a compra de cada um deles, citando inclusive outros carros que entraram nos negócios e empréstimos bancários – revelou ainda os nomes das garagens, concessionárias e bancos envolvidos.


Contou que residia em São Paulo e que mudou para Maringá devido à falta de segurança na capital paulista. Um repórter presente à coletiva realizada no Hotel Deville perguntou se o envolvimento do seu nome nas investigações da PF ‘”poderia ter motivação política” e respondeu que não. “Não sou filiado a nenhum partido, não milito politicamente e a primeira vez que votei em Maringá foi no ano passado. Sou técnico”.


Carlos Augusto Ferreira disse que acredita nas instituições brasileiras, “como o Judiciário, o Ministério Público e, inclusive, a Polícia Federal, que faz um bom trabalho, mas onde tem gente, também podem ocorrer erros. E eu vou provar a minha inocência”.


Em abril deste ano Carlos La Cruz Hyppolito foi convocado para depor na CPI das Btes, na Câmara dos Deputados, no entanto seu depoimento foi adiado porque ele estava nos EUA.


O que diz a PF

A Polícia Federal foi procurada pela reportagem e disse que não se manifestará porque o caso corre em segredo de Justiça. GMConline

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