De janeiro a outubro de 2025 foram registrados em Maringá quase 5,2 mil boletins de ocorrência do crime de estelionato. De acordo com o delegado Fernando Garbelini, responsável pela Delegacia de Estelionato e Acidentes de Trânsito de Maringá, apesar de comuns os crimes desta natureza são de difícil solução, por isso, é importante ficar atento para não ser mais uma vítima.
Segundo ele, depois que a lei 14.155/2021 foi alterada, a regra de competência para crimes de estelionato passou a ser no município da vítima. “Isso vale para casos de estelionato praticados por meio de depósito, transferência de valores ou cheque e isso, de certa forma torna ainda mais difícil a investigação e a responsabilização dos envolvidos que muitas vezes estão em outras cidades ou estados”, explica.
Golpes mais comuns em Maringá
De acordo com o delegado, em Maringá, nos últimos quatro anos o golpe mais aplicado é o do falso perfil no what’s app, onde o golpista se passa pela vítima e pede dinheiro a familiares e amigos por meio do aplicativo de mensagens. “A conversa é sempre a mesma: oi, mudei de número. Estou com problema no banco, pode me ajudar a fazer um pagamento? Amanhã devolvo”, diz.
Em segundo lugar, o golpe que mais faz vítimas em Maringá é o da falsa ligação de banco. “Nesse caso, os bandidos entram em contato simulando a ligação de uma central de banco e informam à vítima sobre uma suposta compra suspeita, no entanto, para fazer a contestação, o golpista pede dados pessoais e, em posse deles, consegue acessar a conta da vítima e fazer movimentações”, afirma.
Em seguida, em terceiro lugar, estão as compras fraudulentas, quando os criminosos usam sites falsos ou as redes sociais para negociar produtos muitas vezes com valores bem abaixo do praticado no mercado. “Esses três tipos de golpe representam de 60% a 70% dos crimes de estelionato praticados em Maringá”, diz.
Links de pagamento
Garbelini alerta ainda para o uso de links de pagamento, que, apesar de serem práticos, podem oferecer riscos, principalmente para quem tem valores a receber. “A orientação para tem empresa, por exemplo, é só receber via link de clientes já conhecidos e de confiança, porque dados de terceiros podem ser usados indevidamente para finalizar o pagamento, que posteriormente pode ser contestado pelo titular. Há casos que acompanhamos de uma pessoa que vendeu um carro e não recebeu”, relata.
Cuidados
De acordo com o delegado, é fundamental se atentar a alguns detalhes para se prevenir de golpes. Segundo ele, no caso do contato via what’s app, o ideal é entrar procurar a pessoa que supostamente está usando um novo número de outras formas. “Busque falar com essa pessoa por outro número de telefone ou até pessoalmente para verificar a situação”, diz. Um detalhe que dá indícios de golpe é quando o DDD do ‘novo número’ é diferente do usado anteriormente.
Outro cuidado importante é manter a verificação em duas etapas em aplicativos de banco e na conta gov.br e lembrar de nunca fornecer senhas via telefone ou mensagens. “Em caso de dúvida, busque sempre os canais oficiais de atendimento”, orienta.
Em relação a compras online, o delegado indica sempre desconfiar de preços muito baixos e nunca efetuar compras através de links que vem por e-mail ou mensagens. “Para fazer compras, acesse os sites oficiais que são encontrados pela busca no navegador e verifique sempre a reputação e as reclamações postadas por outros usuários”, afirma.
Outra medida de precaução é evitar pagamentos via pix ou transferência que são mais difíceis de contestar. “O Banco Central criou o Mecanismo Especial de Devolução (MED) que é uma funcionalidade do Pix criada para ajudar a recuperar valores em casos de golpes, fraudes ou erros operacionais, no entanto, é preciso agir rápido para evitar que o dinheiro seja transferido para outra conta e dificulte a localização”, explica.
Ainda de acordo com o delegado, quando a vítima percebe que caiu em um golpe, o primeiro passo é solicitar o estorno, seja do pix ou por meio da contestação de compras pelo cartão de crédito. “Em seguida, é importante procurar a polícia para registrar um boletim de ocorrência”, diz.
GMConline

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