Dados da Secretaria de Saúde de Maringá mostram que, em 2025, já foram encontrados 532 escorpiões no município, uma média de 59 por mês. O número indica um crescimento de cerca de 31% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram encontrados 405 escorpiões.
O número sobe para 578 quando se incluem animais encontrados em cidades vizinhas e encaminhados para análise de toxicidade no Laboratório de Ensino e Pesquisa e Análises Clínicas (LEPAC) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e no Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen).
Em entrevista ao Portal GMC Online, o secretário de Saúde de Maringá, Antônio Carlos Nardi, explica que os escorpiões são animais peçonhentos de hábitos noturnos, que costumam se esconder em armários, calçados, colchas, tijolos, madeira, entre outros locais.
Segundo ele, as análises realizadas com os escorpiões encontrados na região indicam baixa toxicidade, mas isso não elimina a necessidade de cuidados. “A orientação para a população é ficar atenta, sempre verificar os cômodos da casa e bater os calçados antes de usá-los”, alerta.
Para identificar a picada, Nardi detalha que o ataque provoca dor intensa e sensação de ardor no local. “Em caso de suspeita, a recomendação é procurar o Hospital Universitário de Maringá, referência regional para tratamento de acidentes com escorpiões”, conclui o secretário.
Segundo Christina Gallafrio, médica do Hospital Vital Brazil (HVB) do Instituto Butantan, em entrevista ao Metrópoles, quanto menor a criança, maior o risco de complicações sistêmicas. “O primeiro sintoma é dor forte e imediata. Muitas vezes, os pais não conseguem ver a picada, porque geralmente não fica marca aparente – no máximo, uma área levemente avermelhada”, explica a médica. Isso pode dificultar o reconhecimento do acidente, especialmente quando a criança ainda não fala ou não consegue explicar o que sente.
Veja outros sintomas que indicam picada de escorpião
Sintomas iniciais: dor imediata no local da picada.
Sinais sistêmicos precoces: vômito é o primeiro sintoma importante.
Outros sintomas: agitação, suor excessivo, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial.
Casos graves: alternância entre agitação e prostração (criança fica “mole”), queda da frequência cardíaca e queda acentuada da pressão.
Diferença em relação a outras picadas:
Pernilongo: causa coceira e uma bolinha no local, mas não dor intensa.
Formiga: dói na hora, mas melhora rápido e deixa apenas uma pequena pápula.
Escorpião ou aranha armadeira: podem provocar vômitos e alterações cardíacas — sintomas generalizados.
Tempo de evolução:
Dor: surge imediatamente.
Sintomas gerais (como vômito): até 2 horas após a picada.
Orientação médica: observar mudanças repentinas no comportamento da criança; se ela chorar de forma inconsolável sem motivo aparente, buscar atendimento imediato.
Atenção especial: escorpiões têm hábitos noturnos, aumentando o risco de acidentes à noite.
Aumento de casos no Brasil
Um estudo publicado na revista Frontiers in Public Health por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) indica que, entre 2014 e 2023, os casos de pessoas picadas por escorpiões no Brasil aumentaram mais de 250%. No período, foram registrados mais de 1,17 milhão de casos, e a projeção é que esse número ultrapasse 2 milhões até 2033. GMConline
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