Estudantes do Colégio Estadual Alfredo Moisés Maluf realizaram um protesto pacífico na manhã desta terça-feira, 17, pedindo a reintegração dos diretores afastados pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed). A mobilização aconteceu em frente à escola, na Avenida São Judas Tadeu.
De acordo com os organizadores, cerca de 500 pessoas, entre alunos, ex-funcionários da educação, membros da comunidade escolar e autoridades, participaram do ato, que foi organizado por alunos do Colégio Maluf e Tancredo Neves, e contou com a colaboração da UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas), do APP (Sindicato dos Professores) e da vereadora Professora Ana Lúcia. O protesto também teve apoio de alunos dos colégios Gastão Vidigal, CAP-UEM e Colégio Sílvio Barros.
O que houve?
Os diretores do Colégio Maluf, Geraldo Trabuco, Luciana Calvi e Josenei Jacinto, foram afastados na última quinta-feira, 12, por meio de um documento chamado “Despacho Secretarial”, assinado pelo secretário de Educação do Estado, Roni Miranda.
Segundo a Seed, a medida está relacionada à baixa adesão dos alunos às plataformas digitais de ensino, que são ferramentas oficiais do governo para o acompanhamento do processo pedagógico.
No entanto, os alunos contestam esse argumento. De acordo com a organização do protesto, 74% dos estudantes da instituição utilizam regularmente as plataformas.
Em nota, os alunos se posicionaram contrários à tentativa de imposição do governo para o uso de plataformas digitais, considerando que tais tecnologias oferecem um ensino limitado e que a quantidade de equipamentos disponíveis não é suficiente para todos os estudantes.
O posicionamento ainda reafirma o apoio aos diretores afastados e pede a reintegração imediata dos membros da diretoria, defendendo que a melhor decisão para a comunidade escolar é a permanência da atual direção.
A Seed, afirmou estar acompanhando a situação e destacou que qualquer mudança na gestão escolar segue critérios legais, com o objetivo de aprimorar a qualidade pedagógica e administrativa. “As decisões visam garantir um ambiente mais eficiente e acolhedor para os alunos”, informou a secretaria.
Autoridades prestam apoio à manifestação
Além de Ana Lúcia, o vereador Mário Verri esteve presente no ato, e ambos realizaram falas e defenderam publicamente o retorno dos diretores aos seus cargos, segundo a organização.
A deputada estadual, Ana Júlia Ribeiro, foi representada por Victor Simião. O deputados estadual Goura Nataraj também teve representante para acompanhar o protesto. Já o deputado federal, Elton Welter, enviou como representante, o ex-vereador de Maringá, Carlos Mariucci.
Pelas redes sociais, os deputados Arilson Chiorato (estadual) e Tadeu Veneri (federal) manifestaram apoio à causa.
Na Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado estadual Professor Lemos levou a situação do Colégio Maluf ao plenário, cobrando o retorno imediato dos diretores, que foram eleitos e reeleitos democraticamente pela comunidade escolar desde 2016.
Após a manifestação, o deputado protocolou um requerimento solicitando que o secretário de Educação do Estado reconsidere a decisão e restabeleça imediatamente os diretores aos seus cargos.
Leia na íntegra o posicionamento da comunidade escolar:
“Nós, alunos e funcionários do Colégio, nos posicionamos contra a tentativa do governo de impor o uso obrigatório de plataformas digitais na educação.
Entendemos que o ensino oferecido por essas plataformas é limitado e, muitas vezes, mais atrapalha do que contribui para o nosso aprendizado.
Além disso, não há dispositivos suficientes disponíveis no colégio para que todos os alunos possam utilizá-los. Frequentemente, os professores são forçados a aplicar atividades em duplas, trios ou grupos, devido à falta de equipamentos, o que compromete ainda mais o pleno uso dessas plataformas e o próprio processo de ensino-aprendizagem.
Reafirmamos que a atual gestão — agora afastada pelo governo — vem desempenhando um papel fundamental e transformador para a melhoria do nosso colégio, tanto na parte pedagógica quanto no desenvolvimento humano e social dos alunos.
A gestão afastada tem o total apoio de nós, alunos, funcionários e de toda a comunidade escolar, que reconhece seu trabalho, sua dedicação e sua importância para a nossa escola.”
Leia na íntegra a nota da Seed:
“A Secretaria de Estado da Educação do Paraná está acompanhando de perto a situação. Eventuais mudanças na gestão escolar visam sempre aprimorar a qualidade do trabalho pedagógico e administrativo, garantindo um ambiente mais eficiente e acolhedor para os alunos. Todas as decisões seguem os critérios legais e institucionais estabelecidos pela rede estadual de ensino.” GMConline
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