Folia de Reis sofre com falta de interesse dos mais jovens


 A origem da Folia de reis está associada a uma tradição cristã de origem portuguesa e espanhola, que provavelmente foi trazida para o Brasil no século XIX, comemorando a visita dos reis magos Gaspar, Belchior e Baltazar ao menino Jesus. 


A celebração dura 12 dias e vai da véspera de natal até o dia 6 de janeiro, dia de Santos Reis. Nesse período, as companhias de reis fazem visitas às casas, principalmente na área rural, com músicas e danças típicas para celebrar o nascimento de Jesus e o encontro com os três Reis Magos.


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No grupo, os integrantes ocupam diferentes funções: tem o mestre ou embaixador, um contramestre, os três Reis Magos, os palhaços, os alferes e os foliões. Eles usam fantasias coloridas e, ao som da viola, tambores e pandeiros, desfilam cantando versos em forma de repente. 


Em Sarandi, a manifestação folclórica ganhou festival próprio, realizado sempre no último domingo de janeiro, para não disputar espaço com as celebrações natalinas. A cidade é reconhecida por lei desde 2001 como Capital Turística e Folclórica da Festa de Folia de Reis.


Sarandi realiza o festival desde o início da década de 1980 e esta será a 43a edição da Festa, que atrai companhias de vários municípios da região. Porém, o secretário de Juventude, Cultura e Lazer, Cláudio Souza, diz que, ano após ano, fica mais difícil encontrar participantes, porque em muitos lugares, a tradição está morrendo com os mais velhos.


“Com o passar dos anos as companias estão com dificuldades na locomoção e participação de novos integrantes, pois devido a idade os antigos participantes estão falecendo , mas mesmo com essas dificuldades, sempre tentamos colocar o dia de reis em prática para manter viva a tradição”.


Osmar de Matos faz parte da folia de Lunardelli há mais de 30 anos, mantendo uma tradição de família.


“Meu avo era embaixador da folia e meu pai se vestia de palhaço, então resolvi continuar com as atividades do meu pai na folia, tudo pela tradição, já que meu pai está com 88 anos e não consegue mais participar”.


Aos 37 anos, Marcelo Ribeiro, mais conhecido como Zum, viaja por diferentes cidades compondo companhias de reis. Ele é de Goioerê, mas a falta de integrantes, em muitos locais, é um dos motivos da peregrinação, ajudando a fazer a cultura popular continuar existindo. Ele também reclama da falta de apoio do poder público.


“Estou cantando aqui na cidade de Ivaipora no Paraná para cumprir uma promessa e cantei tres dias em Maringá, hoje sou embaixador na folia da companhia de reis esperança da vitoria da cidade de Goioerê, e tenho orgulho de dizer que sou a quarta geração de folioes da minha familia “.


Jhonatan Lúcio Viana participa da folia desde os oito anos. Hoje, aos 32, ele ocupa a posição de embaixador da companhia, que percorre Maringá e região. Para tentar atrair os jovens e atualizar os costumes, eles divulgam as atividades nas redes sociais. Vale tudo para não deixar a tradição morrer.


“A tradição na minha fámilia veio pelo meu avo que foi embaixador por muitos anos aqui na cidade de Maringá, depois passou para o meu pai que hoje em dia é um dos mascarados que declama os versos e hoje eu também sou embaixador, e estou por ai cantando, tocando e declamando os versos”.


As inscrições para o Festival de Folia de Reis de Sarandi podem ser feitas pelo telefone 44 3126 9526. GMConline

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