As imagens são escuras e distantes, mas é possível ver nitidamente a atitude do motorista que é o novo suspeito de ter causado o acidente que vitimou mãe e filhos enquanto a família tentava atravessar a PR 317.
A mãe Bernite Noel, de 40 anos e os filhos Jean Elias, de 4 anos, e Berdwens Noel, de 1 ano, no carrinho de bebê, atravessavam na faixa de pedestre quando foram atingidos. No relógio da câmera de segurança, são 22h09 do dia 16 de setembro, quando o carro passa pelo local onde foi registrado o acidente.
O motorista para poucos metros a frente e desliga o farol. Pouco depois, desce do carro e segue em direção à pista, onde estariam os corpos.
O motorista volta ao veículo e ali permanece até as 22h15, depois que um ônibus paraguaio passa, deixando pedaços do para-choque no local, depois de, possivelmente, colidir contra o carrinho de bebê usado pela mãe para carregar as crianças. Assim que o ônibus segue, o motorista do carro que estava parado vai embora.
As imagens foram analisadas após a polícia ouvir o motorista do ônibus, como conta o delegado Fernando Garbelini.
“Os indícios que ficaram no local eram do ônibus, então nosso foco inicial era esse. Só que nós ouvimos o motorista do ônibus e, a partir daí, começamos a analisar a imagem nos momentos anteriores.
A gente ampliou o período de análise, e realmente conseguimos identificar que o que o motorista disse fazia sentido. Ele relatou pra gente que logo que ele passou, ele viu um veículo parado. Ele confirmou que teria atropelado o corpo das vítimas já caídas no chão e disse que tinha um veículo parado, um veículo de cor clara, pequeno, que estava com o para-brisa quebrado.
As imagens realmente mostram esse veículo, só que diferente do que a gente pensava em relação ao horário, o acidente ocorreu seis minutos antes. É um período longo, nesse período vários veículos passaram pelo local e ninguém parou, e logo após o ônibus passar, o veículo liga, dá partida, acende o farol e sai.
Ele liga e desliga várias vezes, acende o farol, apaga, dá pra perceber que ele abre a porta, sai, caminha, vai até o corpo das vítimas, volta, então demonstra que ele estava em dúvida do que ele ia fazer, mas no final ele acaba tomando a atitude errada e ele foge.
A gente não sabe ao certo o que causou a morte dessas pessoas, pode ter sido o primeiro impacto ou pode ter sido os veículos que passaram na sequência, porque em seis minutos passaram vários veículos, as câmeras não são nítidas, mas a gente percebe que vários veículos passaram, então ele poderia ter salvado a vida dessas pessoas caso sinalizasse cada passagem desses veículos. Mas ele não fez isso. Bom, faltou humanidade e faltou seguir as leis.
A lei de trânsito é muito clara em relação à obrigatoriedade de prestar socorro. E nada disso foi observado. Agora, as investigações se concentram em encontrar imagens mais nítidas e próximas para identificar o veículo.”
Agora as investigações se concentram em encontrar imagens mais nítidas e próximas para identificar o veículo.
A polícia conta ainda com a ajuda de testemunhas para descobrir quem estava dirigindo esse carro.
“Quando passa esse veículo a gente percebe a silhueta e, aparentemente, é um Fiat Uno, dos modelos mais novos, é o que aparenta. Pelo sentido que o veículo tomava, ele estava saindo de Maringá. Então ele pode ser tanto de Maringá, quanto pode ser de Floresta, de Engenheiro Beltrão, Peabiru, Campo Morão. Então quem tenha visto algum vizinho, ou mesmo quem trabalha com a área de concertos de veículos, funilaria, que tenha consertado algum veículo com essas características, peço que avise a gente, que a ajuda vai ser fundamental […]” GMConline
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