O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira, 11, que está “confiante” de que o Brasil vai conseguir controlar a inflação antes de nações desenvolvidas. Falando a empresários da Associação Comercial e Empresarial (Acim) de Maringá, o ministro ponderou que os juros reais estão relativamente elevados no Brasil, mas salientou que a inflação global está ineditamente alta para os últimos anos.
“Os BCs do mundo todo dormiram no volante, mesmo com nosso BC tendo feito a parte dele. (Banco Central) Foi o primeiro a se mover e colocou os juros no lugar. Os juros estão relativamente elevados em termos reais, mas no Brasil estou convencido de que vamos derrubar a inflação antes das nações avançadas”, disse ele, durante palestra online em comemoração aos 69 anos da Acim – assista ao vídeo completo acima.
O ministro disse ainda acreditar que o Brasil fará um dos combates “mais efetivos e mais rápidos” à inflação. Prometeu ainda que o país vai crescer mais do que as previsões de mercado. “Vamos surpreender mais uma vez”.
‘Governo tentará novamente desonerar a folha de pagamentos’
Paulo Guedes disse, ainda, que o governo “tentará novamente” desonerar a folha de pagamentos. Durante o evento virtual da Acim, ele afirmou que tentou fazer isso durante a reforma da Previdência, com a aprovação de um imposto que permitisse a redução de encargos trabalhistas, mas que não foi aprovado.
No início do governo, Guedes defendeu a criação de um tributo sobre transações financeiras, nos moldes da antiga CPMF, para financiar a redução de tributos sobre salários. “Nós vamos tentar novamente, nós não desistimos porque vamos na verdade desonerar a folha de pagamentos”, disse nesta segunda-feira, 11, o ministro. “O programa do segundo mandato é o mesmo, só que aprofundado.”
Guedes disse ainda que o governo não pode ter “essa tolerância” com o grau de desigualdade existente e afirmou serem necessárias medidas voltadas para a educação e transferência de renda. “Quem ganha menos que o mínimo pode receber um estimulo pra trabalhar, uma ajuda da gente”, completou.
O ministro voltou a falar em usar recursos arrecadados com a venda de empresas estatais para um fundo de erradicação da pobreza.
‘Programa do 2º mandato é o mesmo, só que aprofundado’
O ministro Paulo Guedes disse nesta segunda-feira, 11, que, num eventual novo mandato do presidente Jair Bolsonaro, o programa econômico será “o mesmo, só que aprofundando”. A empresários de Maringá, ele afirmou que o governo reencaminhará o texto de reforma tributária defendido pela equipe econômica, com imposto de renda menor para pessoa física e jurídica e tributação de lucros e dividendos.
Segundo Guedes, a tributação sobre lucros e dividendos seria de 15% apenas sobre o montante que exceder R$ 400 mil por mês. “Estamos tributando só 15% aos superricos, e isso dá recursos suficientes para desonerar 32 milhões de brasileiros na pessoa física e 4 milhões de empresas que também teriam IRPJ reduzido”, disse.
Ele defendeu que apenas Brasil e Estônia não tributam lucros e dividendos e afirmou que lobbies pararam a reforma tributária no Congresso. Segundo ele, o modelo defendido pelo governo beneficia o empresário, que teria o imposto reduzido a 23%.
“Nossa reforma é relativamente simples, desonera empresas e classe média e tributa superricos quando tiram dinheiro da empresa. Se ele deixar dinheiro na empresa, o imposto vai cair. O que nos interessa – emprego, renda, inovação, aumento de produtividade -, isso acontece na empresa. Não quero tributar mais a empresa. Mas se você está consolidado e quer tirar dinheiro da empresa, paga só 15% antes de comprar avião, iate, jatinho próprio”, disse, completando: “Nossa reforma é pró-mercado”.
GMConline
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