Segundo estimativa da Associação de Produtores Orgânicos de Maringá, que abrange cerca de 20 produtores de Maringá e municípios vizinhos, o consumo de produtos orgânicos aumenta 30% ao ano na cidade. A resposta pode estar na preocupação com a qualidade de vida, de acordo com o vice-presidente da associação, José Garcia Jodar.
“As pessoas querem qualidade de vida, saúde. Porque hoje, é complicada a questão de agrotóxicos, por conta das doenças. Como diz o ditado, não é só o peixe que está morrendo pela boca. Nós, seres humanos, também estamos morrendo pela boca, pelo que comemos. E o orgânico não é só produzir sem agrotóxico, a gente procura ter uma perfeita sintonia com a natureza”, frisa.
Tradicionalmente, os produtos orgânicos costumavam ser mais caros dos que os convencionais. Isso porque, para serem comercializados, eles precisam passar por certificação que comprove que todos os processos para a produção estão sendo respeitados.
Porém, nos últimos meses, o alto custo de produção com insumos e combustíveis, puxados principalmente pela guerra na Ucrânia e o aumento da inflação, equilibraram a diferença de preços entre os produtos orgânicos e os convencionais, segundo o agrônomo e produtor de orgânicos, Ivan Scarabeli.
“Apesar de ser benéfico para a saúde, os produtos orgânicos não eram atrativos pelo preço. Agora, já é possível comprar produtos mais saudáveis pelo mesmo preço ou até mais barato que os cultivados com agrotóxico e em larga escala”, distaca.
A Feira dos Produtos Orgânicos de Maringá, realizada três vezes na semana, tem uma grande oferta de alimentos produzidos sem agrotóxicos, um diferencial que agora pesa bastante no custo de produção. Nesse momento, o preço de alguns orgânicos está mais barato do que os convencionais.
Um exemplo é o tomate. O fruto, conhecido por ser um dos vilões em acúmulo de resíduos de agrotóxicos na produção convencional, acaba sendo um dos mais procurados por quem prefere alimentos orgânicos.
Nesse momento, com a alta da cesta básica, o tomate certificado está mais barato ou com o mesmo preço que o comum. O tomate saladete orgânico custa R$ 12 o quilo; o convencional está custando entre R$ 12 e R$ 12,20 o quilo. A diferença é maior ainda no tomate grape (popular tomatinho) – 300 gramas do orgânico custam R$ 6,50, enquanto a mesma quantidade do convencional custa em média R$ 7,76.
Scarabeli confirma que, no momento, tanto o tomate, como a alface, estão mais baratos na Feira de Orgânicos: “o tomate está mais barato ou empatando com o convencional, já a alface orgânica está saindo a R$ 4 o pé, enquanto a convencional está em média R$ 6″, destaca.
A Feira de Produtos Orgânicos de Maringá é realizada atrás da Catedral aos domingos das 7h às 12h e às quintas das 16h às 20. E também às terças-feiras, das 16h às 20h, na Rua Vasco da Gama, atrás do Cemitério Municipal.
GMConline
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