O Paraná encerrou o primeiro mês do ano com uma leve retração em sua produção industrial. De acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor no Estado encolheu 3,7% em janeiro, na comparação com o mesmo período do ano passado.
O resultado segue uma tendência nacional, mas em menor escala. Em todo o país, a queda na produção industrial foi de 7,2%. Em 15 regiões analisadas pelo IBGE, apenas Mato Grosso (43%), Espírito Santo (5,4%), Rio de Janeiro (2,8%) e Goiás (2,1%) apresentaram crescimento no setor.
Apesar do indicador negativo, nos últimos 12 meses a indústria paranaense acumula 7,8% de crescimento, terceiro melhor resultado no ranking nacional, superado apenas por Santa Catarina (8,5%) e Minas Gerais (8,3%). O país teve alta de 3,1% no mesmo período.
Conforme o economista da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Evânio Felippe, o desemprego e pressões inflacionárias influenciaram na queda do desempenho industrial no Paraná. “Quando analisamos o indicador dos últimos 12 meses, até agosto de 2021, a trajetória de crescimento da produção industrial no estado era positiva.
Ou seja, mês a mês a produção estava crescendo. A partir de setembro do ano passado, o ritmo de produção nas fábricas do estado vem perdendo força. O resultado de janeiro deste ano confirma essa tendência. Analisando esses resultados, até agosto de 2021, a indústria paranaense crescia aproximadamente 13,1% nos últimos 12 meses. Quando analisamos os últimos 12 meses com base em janeiro deste ano, o crescimento é menor, aproximadamente 7,8%”, destaca.
Ainda de acordo com o especialista, a expectativa para o ano era de uma melhora de cenário por conta do controle maior da pandemia e da retomada de segmentos de comércio e serviços, que demandam mais produção na indústria. Mas a guerra entre Rússia e Ucrânia, que ainda não foi captada nessa pesquisa do IBGE, deve mudar essa previsão.
“As expectativas da produção industrial nesse ano aqui no Paraná apontavam uma expectativa de crescimento. Justificavam essa tendência as perspectivas de crescimento das vendas industriais e, também, o aumento nos investimentos.
Além disso, a melhora no cenário pandêmico no Brasil e aqui no estado contribuíam para essas perspectivas mais positivas. No entanto, mesmo que o resultado de fevereiro ainda não reflita as consequências do conflito Rússia e Ucrânia, o advento da crise entre esses países tornou essas perspectivas de crescimento da produção industrial desse ano congeladas.
GMConline
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