Em aula de defesa pessoal mulheres aprendem a se proteger


No tatame do Ginásio de Esportes do Parque do Japão um grupo de mulheres repete as instruções do professor. Em duplas, dá a impressão que elas estão lutando. Mas os golpes são técnicas de defesa pessoal.

 No Aulão Delas, promovido pelas secretarias de Esporte e da Mulher de Maringá, as alunas aprendem o básico. O que já é suficiente para pelo menos ficar mais segura e atenta às situações de perigo. Fugir destas situações é também uma boa forma de se proteger, ensina o professor de artes marciais e instrutor do Aulão Delas, Fábio Galvão. 

“A defesa pessoal, existe de diversas maneira. As vezes eu não preciso ter uma reação, para estar me defendendo. E mostrar que nós temos duas situações na defesa pessoal. A fantasia e a realidade.

 A fantasia é, que as vezes vemos num filme, uma mulher que luta, vira o braço de um cara de forma fácil. […]. Isso requer muito tempo de trabalho e de treino, teria que ser um atleta da luta. A realidade, é que são poucos que realmente conseguem se virar naquele momento. 

No momento de fraqueza e de bobeira do oponente, onde é possível ela conseguir se desvencilhar para poder sair daquele local e tentar salvar a vida dela”, declara Galvão. “Um exemplo é se você pegar a sua unha, e eu colocar a mão no seu ombro, e na mesma hora a sua unha do dedão entrar dentro do meu olho. Eu vou te largar, porque eu vou cuidar de um órgão que pra mim é vital, que é visão. O cheiro, a boca, o órgão genital.

 Que são os órgãos que a gente vai tentar mostrar, que são onde elas devem atacar. Para poder ter um pouquinho mais de sobrevivência nessa situação”, complementa. O professor também dá exemplos de como prever o perigo e se adiantar a ele. Andar pela rua atenta ao que acontece lá na frente, é uma forma de prevenção. 

“Você estar olhando a 50 metros a frente, isso em situações na rua. E em casa, sabendo que com aquela pessoa que bebe, por exemplo, e fica agressivo. Você não precisa estar em casa, pode sair. […]. Ao pegar o carro, hoje em dia com o alarme, de longe, as pessoas já acionam o carro. 

O correto é dar uma volta antes, ver se não tem ninguém perto. Tentar acionar perto e já entrar no carro e trancar a porta. Essas situações que vão fazer com que a pessoa tenha um pouco mais de segurança”, finaliza. 

 Para as mulheres vítimas de violência, aprender defesa pessoal é um passo importante no caminho para romper o ciclo de abusos, diz a secretária da Mulher Terezinha Pereira. “Comprovadamente a gente tem visto no Brasil todo, essa explosão de aulas de defesa pessoal. Isso dá uma segurança para mulher. Por si só, já mexe muito com o emocional dela. 

Conforme ela for participando, vai se fortalecendo, porque aprendeu a se defender em uma situação. A gente vem com as psicólogas, com a Maria da Penha, Guarda Municipal fortalecendo o emocional. E mostrando a ela, o que estar em situação de violência domestica e familiar. 

E que ela não precisa viver isso. […]. A defesa pessoal vem para romper isso. […]”, afirma a secretária. A adolescente Pietra Hepp se inscreveu para o Aulão por incentivo da mãe e levou as amigas. “A minha mãe viu no insta, e me mandou. […]. Eu gostei da ideia e comentei com as minhas amigas. Eu estou gostando bastante, acho que é uma experiência muito legal”, relata Pietra. Estar pronta para se defender é o que quer Gislaine Canova. 

” Para não ser pega de surpresa. Eu quero saber me defender. Nunca passei por situações de perigo. Se eu passar agora, estarei prepara”, diz Gislaine. Somente níveis muito mais avançados de defesa pessoal permitem reagir quando o agressor está armado.

 Não é o caso do Aulão Delas. Para as mulheres interessadas em aprender mais sobre defesa pessoal, na segunda-feira, 21, começam as inscrições para um curso com duração de três meses. As inscrições poderão ser feitas a partir das 14h. GMConline

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