Você sabe qual é a temperatura mais baixa que se pode atingir?


 

Neste inverno muito se falou em temperatura negativa. O Brasil, que é um país tropical, registrou temperaturas muito baixas e em algumas localidades a sensação térmica foi de incríveis -20ºC. Mas incrível mesmo é o zero absoluto, ou a menor temperatura que existe e que na verdade não existe. É apenas uma extrapolação da física.

 

O zero absoluto é igual a -273,15ºC. Uma temperatura tão baixa, mas tão baixa, que as partículas da matéria ficam paralisadas. Quem explica é o físico Ronaldo Celso Viscovini do departamento de Ciências da Universidade Estadual de Maringá (UEM), em Goioerê.

 

“Existe uma temperatura conhecida como zero absoluto, o valor dela é de ‘apenas’ -273,15ºC. A temperatura é uma medida do grau de agitação dos átomos e moléculas. Basicamente, quanto mais o corpo tem temperatura, mais os seus átomos se agitam, seja na forma de vibração dos sólidos, seja no caso de velocidade dos gases”, afirma o físico.

 

“Então, a medida que você vai diminuindo essa agitação, a temperatura vai caindo e chega num momento que essas moléculas, que esses átomos ficam parados. Esse é o valor do zero absoluto. Então como não dá para ficar mais parado que o parado, então essa é a temperatura mínima possível”, explica.

 

O zero absoluto não é atingido na natureza e nem fora da Terra, no universo. Por isso se diz que é uma extrapolação da física. Curioso é que a menor temperatura alcançada está aqui na Terra.

 

“A temperatura média do universo é em torno de 2,5 K, ou seja, 2,5ºC acima do zero absoluto. Quando a gente sai de perto do sol, sai de perto da Terra, a tendência é que essa temperatura diminua. Na Terra, a gente consegue chegar em temperaturas ainda mais baixas, temperaturas que são bem menores que 1ºC acima do zero absoluto”, aponta Viscovini.

 

“Existem várias técnicas. Uma das técnicas que utiliza muito hoje é prender os átomos, utilizando campos magnéticos e raios lasers. Dessa maneira, é possível chegar numa temperatura que é apenas da ordem de um bilionésimo de grau acima do zero absoluto. Mas, a física nos proíbe de chegar no zero absoluto, porque por mais que você vai tirando energia, quanto mais você tira, mais difícil é você tirar o movimento. Então, não é plausível conseguir parar completamente as moléculas”, detalha o professor.

 

A física pode parecer um bicho de sete cabeças, mas tem muita relação com o nosso dia a dia. A menor temperatura possível no universo, embora seja uma projeção, guarda relação, por exemplo, com os computadores das próximas gerações.

 

“Já devem ter conseguido falar da computação quântica. Computadores que se alteram através da mecânica quântica. Isso só é possível se a agitação térmica não atrapalhar. Então, os computadores das próximas gerações, provavelmente, terão que operar muito próximo do zero absoluto”, diz o físico.

 

“O condensado de Bose-Einstein, que é o quinto estado da matéria, também só acontece em temperaturas muito próximas de zero e a supercondutividade também. E, sem contar, é claro, um monte de novas propriedades da matéria que vão aparecer quando a gente conseguir controlar temperaturas próximas do zere absoluto”, elenca Viscovini.

 

Na próxima onda de frio, quando a temperatura baixar bastante, não reclame. Podia ser pior. (GMC OnLine)

 

 

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