Governo Bolsonaro quer retomar o contrato da Covaxin

 


O governo pretende retomar o contrato de compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, que está suspenso temporariamente e sob investigação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. Aliados de Jair Bolsonaro dizem que os representantes da Precisa Medicamentos, que intermediou a aquisição dos imunizantes, conseguirão afastar as suspeitas de irregularidade no negócio ao prestar esclarecimentos à CPI da Pandemia. Já foram convocados para depor o dono da empresa, Francisco Maximiano, e uma diretora, Emanuela Medrades, que falará à comissão na próxima terça-feira, 13. 

 

“O contrato está certinho e só foi suspenso por causa do barulho. Não tem nada de errado. É só barulho, só espuma”, diz o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho mais velho do presidente da República e padrinho da indicação de Marcelo Queiroga para o cargo de ministro da Saúde.

 

O barulho e a espuma estão contribuindo para o desgaste da imagem de Bolsonaro. Duas pesquisas recentes mostraram que a maioria dos entrevistados considera o presidente desonesto ou não confia em seu empenho para combater a corrupção. O caso da Covaxin ganhou destaque depois de o servidor Luis Ricardo Miranda, do Ministério da Saúde, declarar à CPI da Pandemia que sofreu pressão atípica para executar o contrato. 

 

Ele teria sido pressionado, por exemplo, a autorizar um pagamento antecipado por um lote de doses, o que não estava previsto no contrato. À comissão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), irmão do servidor, acrescentou ter denunciado a Bolsonaro pessoalmente a pressão pelo pagamento antecipado — além de outras supostas irregularidades — durante um encontro entre eles no dia 20 de março. Na ocasião, segundo o parlamentar, Bolsonaro teria comentado que isso era “rolo” do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). Leia mais.

Comente

Postagem Anterior Próxima Postagem