Covid e influenza afastaram funcionários de 76% dos bares e restaurantes do País


 Quando chegou a variante ômicron, o Brasil viu mais uma vez os casos de covid-19 aumentarem consideravelmente. Para piorar, esse aumento coincidiu com a epidemia de gripe, causada pela H3N2, que tem sintomas parecidos com a covid. 


Segundo  pesquisa da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), a combinação das duas doenças foi o motivo do afastamento de pelo menos um funcionário em 76% dos bares e restaurantes do Brasil neste início de ano. Em Ribeirão Preto e região, o afastamento atingiu cerca de 30% dos estabelecimentos.


Esse desfalque provoca mais um reflexo para a economia do setor, que tenta se recuperar dos impactos econômicos causados pela pandemia. O representante da Abrasel da Alta Mogiana, Odair Rodrigues, comenta que a falta de funcionários afeta diretamente a produção e o atendimento ao cliente.


 Na região de Ribeirão Preto (SP), por exemplo, bares e restaurantes que não puderam contratar funcionários temporários optaram pela redução de clientes dentro do estabelecimento e de pedidos aceitos para entrega. Rodrigues explica que isso gera menor faturamento e complica o fluxo de caixa do local. 


Amenizar prejuízos


Para o economista e professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, Edgard Monforte Merlo, caso a empresa tenha o faturamento prejudicado, o empreendedor pode tomar algumas medidas para amenizar o prejuízo, como conceder férias individuais ou coletivas, se estiver com uma queda muito grande nas vendas, ou reduzir proporcionalmente a jornada de trabalho e salário dos funcionários que não estão afastados. “O grande desafio para o empregador é sobreviver com a queda nas vendas que acontece nesse período [de pandemia]”, afirma Monforte. 


Além dos afastamentos de funcionários, donos de bares e restaurantes  precisam colocar as dívidas em dia. Segundo a Abrasel, em novembro do ano passado, 49% dos associados estavam com o pagamento atrasado no Simples Nacional, 58% com atrasos em impostos, encargos e outros, e 38% atrasados com o pagamento de empréstimo. 


Para Monforte, esse atraso já era esperado. “Sempre é assim quando você tem uma crise muito grande como aconteceu com a pandemia. Chega uma hora que as empresas não conseguem pagar os seus impostos e acaba atrasando”, diz o economista.


Apesar disso, o setor já demonstra uma leve recuperação em comparação a 2020. A pesquisa da Abrasel constatou que 34% dos bares e restaurantes obteve lucro, 31% prejuízo e 34% ficaram em equilíbrio no período de um mês.


 Monforte acredita que, se não houver nenhuma outra variante da covid-19 na região, bares e restaurantes vão se recuperar financeiramente. “O primeiro semestre não vai ter uma recuperação intensa, mas, pelo menos, há um sinal de melhoria acontecendo. Isso é muito positivo para o setor de bares e restaurantes, que é um grande produtor de empregos”, conclui o economista.

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